Qual a frequência atual do câncer de estômago?
O câncer de estômago configura como a quarta causa mais comum de câncer no mundo. Em homens, a incidência, em geral, é duas vezes maior que em comparação as mulheres. Apesar de ser a segunda causa de mortalidade por câncer, em ambos os sexos.
A distribuição mundial do CG é muito variável, com elevada incidência no Japão, China, Coréia e Chile, em alguns países do Leste Europeu e em algumas regiões da América Latina. No Brasil1, o número de casos novos estimados para 2014 é de 12.870 entre homens e 7.520 nas mulheres, que correspondem a um risco estimado de 13,19 casos novos a cada 100 mil homens e 7,41 para cada 100 mil mulheres¹.
Quais os fatores de risco dietéticos para o câncer de estômago?
A influência da dieta no desenvolvimento do CG vem sendo muito estudada. Dietas ricas em sal, defumadas ou precariamente conservadas, com conteúdo elevado de nitratos, nitritos e aminas secundárias têm sido associadas a aumento de risco para CG.
Dietas ricas em frutas e vegetais parecem reduzir o risco devido ao efeito antioxidante do betacaroteno e do ácido ascórbico. Este último parece atuar na redução da conversão de nitritos em nitrosaminas. Elementos constitutivos, como cálcio, vitamina A e C, parecem ser protetores da mucosa gástrica por seu efeito na redução da formação de compostos N-nitrosos4
Estudos tem observado que o fumo pode provocar displasia e outras lesões pré-malignas na mucosa gástrica, elevando o risco de câncer em 1,5 a três vezes, principalmente quando associado a infecção pelo Helicobacter pylori (H. pylori)3
Qual a influencia do Helicobacter pylori para o câncer de estômago?
Inúmeros estudos indicam que a infecção pelo H. pylori associa-se a aumento do risco de desenvolvimento de câncer de estômago. Estas evidências apontam o H. pylori como carcinógeno tipo I para o câncer segundo a Organização Mundial da Saúde, ou seja, não é a causa direta do tumor, mas um promotor que predispõe ao surgimento do tumor16.
A participação do H. pylori na carcinogênese gástrica pode ocorre de diferentes formas: causar gastrite crônica, suprimir importantes defesas do hospedeiro, induzir a produção de agentes cancerígenos e devido a promoção de proliferação celular.
Quanto mais prolongada for a duração da infecção, maior será a probabilidade de ocorrência de reparações inadequadas, mutações, displasia e, finalmente, câncer. Assim, indivíduos infectados precocemente na infância constituiriam um grupo de risco para o CG, especialmente quando a infecção se associa a outros fatores ambientais, como, p. ex., dietas com elevadas concentrações de carcinógenos e baixos teores de antioxidantes e, naturalmente, devido a maior suscetibilidade individual determinada por fatores como sexo, grupo sanguíneo, variação individual de reparação de DNA e concentrações de tióis celulares, entre outros.
Quais os sintomas e como diagnosticar?
É importante salientar que a incidência desta neoplasia cresce na razão direta da idade, sendo maior na faixa etária acima dos 60 anos com pico de ocorrência aos 70 anos. Quanto ao diagnóstico, dor na região do estômago é o sintoma mais frequente, particularmente quando dura mais de trinta dias.
O fato é que quando surgem sintomas como sangramento digestivo, anemia, emagrecimento, náuseas, vômitos, saciedade precoce indicam a existência de lesões que infiltram difusamente a parede gástrica com metástases, com índices de sobrevida de somente 20% em cinco anos.
O exame de endoscopia digestiva alta é o método de escolha no diagnóstico do CG, com sensibilidade de 86 a 98%. Ela permite a descrição macroscópica da lesão e realização de biópsias da lesão.